A importância do número 13 na minha vida

Como me disse há uns tempos o meu irmão - e ele é de poucas palavras - mais concretamente quando saiu a nota do meu último exame da licenciatura, e consequentemente, aquele com que me licenciei: “nunca mais podes dizer que o 13 te dá azar, vai passar a ser o teu número da sorte” (foi mais ou menos isto). E fez-me pensar. Normalmente só associamos aos dias, ou às alegadamente assustadoras sextas-feiras 13, mas há muito mais para lá deste número. 

A última nota da minha licenciatura, aquela com que me licenciei, foi 13. E foi a melhor nota. 

Fez ontem, dia 13 de Novembro, 3 anos que criei este blog (ando com tão pouco  tempo que é a primeira vez que nem festejo isso, sorry)

A média com conclui a minha Pós-Graduação foi 13. (14 arredondado, mas o 13 está lá.)

Fez na segunda-feira, dia 13 de Novembro de 2017 foi um dia tremendamente importante para mim.

Nem muitos estão dentro do assunto, e a maior parte desconhece todas as complexidades inerentes à profissão da advocacia. Mas uma delas é o estágio, o qual é composto por várias fases. E a que eu mais temia até então eram os 10 julgamentos (ou diligências) em que eu teria de intervir. Porque ali não estamos atrás de livros, de uma secretária ou de um computador. Temos de lidar directamente com o cliente (e Deus nos ajude!), com o juiz, o magistrado do MP, e todo um rol de situações inesperadas que podem acontecer. Temos sempre de reagir no inesperado. E reagir bem. 

E eu sou uma pessoa inatamente ansiosa e com medo de não fazer tudo bem. 

E é isto que nos dá calo, estaleca, ou experiência - o que lhe quiserem chamar. É isto que nos prepara verdadeiramente. Por mais simples ou complexa que seja a nossa intervenção. 

Mas na minha opinião, é aqui que ficamos com a certeza se é isto que queremos para a nossa vida ou não. É ver-mos o cliente a depositar todas as suas esperanças em nós e a colocar-nos num altar onde não pedimos para estar, eternamente agradecidos (até ao pagamento dos honorários, claro). É o facto de por mais nervosos que estejamos temos demonstrar firmeza, objectividade e certeza. É o chegar-nos um caso às mãos à primeira vista horrendo e sem grande solução, e depois darmos a volta à situação, fazermos o impossível e - ao descobrirmos um inocente - conseguirmos absolver a pessoa. São estas voltas do que parecia impossível nós tornar-nos possível, que dão um tremendo gozo na advocacia. E que muda a vida das pessoas. Enriquecendo-nos a nós, do ponto de vista do conhecimento adquirido, das horas de estudo, preparação. 

Ora bem, posto isto, eu esperava - até Dezembro - ter metade das intervenções que necessito. E já tremia só de pensar nisso. Eis que, ontem, 13 de Novembro - precisamente 2 meses e 7 dias depois da minha estreia nos tribunais (ou primeira intervenção), concluo TODAS AS MINHAS DILIGÊNCIAS. 

Estou tão, tão feliz, que não há palavras.

Acima de tudo estou e estarei sempre eternamente grata ao meu Patrono, a pessoa com quem mais tenho aprendido até hoje. Independentemente do rumo que seguirei, será sempre a pessoa com quem mais aprendi - com quem efectivamente aprendi a profissão - e ser-lhe-ei eternamente grata por isso. Uma das pessoas que mais sabe de Direito, e que nos prepara verdadeiramente para o difícil dia-a-dia de um escritório de advogados (que por vezes é bem pior do que tudo o que temos de enfrentar em Tribunal). 

Mas eu já sou uma pessoa grata por natureza. 

No entanto, acho que há coisas que não vêm por acaso sabem? Já me tentaram fazer tanto mal. Há, efectivamente, quem infelizmente faça disso objectivo de vida. Fazer o mal dos outros. 

Mas sabem que mais? (E é a mais pura verdade)

Por cada diligência que perdi (no fundo, nem foram assim tantas), ganhei outras duas em dobro. E isto é tão verdade que me custa acreditar que seja mera coincidência. 

É nestas alturas que acredito que quanto mais fazemos o bem, e queremos o bem dos outros, mais esse bem retorna para nós. Já digo isto há tanto tempo, que me-é já intrínseco. 

Outra verdade absoluta é que o esforço é SEMPRE recompensado. Pode não ser logo, rápido, quando ou da forma que queremos. Mas ele é sempre reconhecido e valorado. 

Por isso dêem sempre o melhor de vocês, na mínima coisa que façam. Nunca se vão arrepender de serem boas profissionais, boas pessoas, boas amigas. 

Obrigada aos meus poucos melhores do mundo. Eles sabem quem são. E sabem o que isto verdadeiramente significa ❤️ 

As segundas-feiras 13 nunca mais serão as mesmas :)