O que é mais importante?

Hoje venho falar-vos do novo chumbo da adopção e co-adopção por casais homossexuais. Novo, pois foi novamente chumbado. Pela quarta vez, mais precisamente. 

A questão que, a meu ver, aqui se deveria colocar efectivamente é - afinal, o que é mais importante?

Preconceito existiu, existe, e existirá sempre, meus amigos. Apesar de se tratar - apenas e só - de preconceito e discriminação de mentes pequeninas, ou por sua vez, de um povo historicamente retrógada (há coisas que não mudam mesmo!). Porque é disso que se trata efectivamente. Preconceito, tal como o próprio nome indica, é uma ideia pré-concebida, e na grande maioria das vezes de conotação negativa, de algo que desconhecemos e à partida já achamos ter uma ideia formada (e cheia de razão! Venha cá alguém contrariar...) de algo que desconhecemos, de todo. Ou que, pura e simplesmente é diferente do que somos, do que conhecemos - do que sempre achámos que assim seria. Mas os tempos mudam, o tempo não pára... e temos de acordar e reconhecer que estamos no séc.XXI. Os casais homossexuais são uma realidade. São pessoas (quem diria, não é?! que coisa estranha!), tal como nós. Sentem, tal como nós. Amam, tal como nós. Só amam corpos diferentes, só se identificam com um género diferente do dito normal. E então? O que é que nos interessa a vida das outras pessoas? (ahahah, estamos em Portugal, é verdade. Quase que me esquecia.) A questão é mesmo essa: as pessoas passam a sua própria vida a criticar e preocupar-se com a vida alheia. É por isso que não evoluimos.

Uma vez ouvi uma frase, com a qual concordo na íntegra, de tal forma que nunca me saiu da cabeça e serve aqui para o caso também. Que era: "As grandes pessoas falam sobre ideias. As pessoas médias falam sobre coisas. As pessoas pequenas falam sobre outras pessoas." Não é preciso dizer mais nada, pois não?

Mas retomando à questão inicial, o que deveria ser mais importante aqui? 

Eu penso que, à partida, quem quer e se dispõe a adoptar uma criança, não é para lhe fazer mal. Quem quer dar-se a todo o tempo, gastos e dedicação de um longo e complicado processo de adopção é porque quer, efectivamente, amar alguém. Cuidar de alguém. Dar um lar, uma família a alguém. Alguém esse, que um casal hetero, e dito normal, abandonou, não quis amar, cuidar, dar uma família. Alguém esse que partilha o seu sangue. E mesmo assim não quis. Sejam quais forem os motivos, acho que é imperdoável uma mãe, ou uns pais, abandonarem um filho - sejam em que situação for. 

Não nos faz pensar?

Não será melhor, uma criança abandonada no sistema, a sofrer sabe-se lá como e de que forma, mas principalmente a sofrer por se sentir sozinha neste mundo, saber que foi abandonada, - ter uma família? Um lar? Pais que a amem, que lhe dêem amor, carinho, cuidados. Uma casa. Recordações. Uma vida. 

Já se lembraram de perguntar a alguma destas crianças se preferia isto tudo ou se rejeitaria apenas por ter dois pais ou duas mães? Acho que sei qual seria a resposta destas crianças. E vocês no fundo também sabem. 

É claro que, muito possivelmente, estas crianças serão gozadas na escola. É uma realidade: as crianças são crúeis umas com as outras. E hoje em dia cada vez mais. (Muito fruto da educação que têm, e do que ouvem dos pais.) E então? Os gordinhos sempre foram gozados. E os "caixa de óculos"?; e os "boca de arame"? É normal. A coisa mais normal do mundo, infelizmente. Na medida certa, também ninguém morre por causa disso. Até é saudável, entre miúdos, por sempre assim foi, é e continuará a ser sempre. Claro que há sempre aqueles parvalhões - que no fundo são só complexados e mal amados pelos pais -, que abusam, e abusam, e há muitos miúdos a sofrer por aí, em muitas escolas. Mas não é por isso que não se podem adoptar gordinhos, "caixas de óculos" ou "bocas de arame". 

Lembrem-se sempre, e apenas, que do que se trata aqui é de crianças sem pais, sem casa, sem amor. E de pessoas que não as podem ter, mas ao invés, têm uma casa, amor, carinho e condições de sobra

Open mind. Think about it. Make love, not war. 






xoxo