Trilogia - O Cavaleiro de Bronze

Esta trilogia vai diretamente para o meu top 3 das melhores trilogias e experiências literárias da minha vida.



E olhem que sei um bocadinho do que falo, sendo esta uma das minhas maiores paixões, desde os meus 12 anos que leio a velocidade cruzeiro! O que de início a minha mãe achava que era uma coisa muito boa, este gosto pela leitura, depressa deixou de achar que era assim tão bom! Eheh eu leio, de facto, muito rápido. Gosto de ler sossegada, e entrar mesmo na história, naquele mundo de sonhos, viver a história através de mim mesma. Não gosto de ler junto de outras pessoas ou em espaços barulhentos. Adoro ler na praia e adoro ler em casa, na cama ou no sofá. Já quando andava de transportes públicos, confesso que os livros eram uma grande e maravilhosa companhia... mas não conseguia, por vezes, concentrar-me verdadeiramente. É estranho, mas parece que as pessoas queriam intrometer-se na história, no livro, no momento. Muitas olham, a tentar ver a capa ou ler umas frases do que estamos a ler. Por vezes eram os cheiros ou as vozes. Mas na maioria das vezes, o livro era, sem dúvida, a melhor companhia de viagem! 

Beeem, mas vamos falar desta trilogia. Foi a minha Inês, uma das poucas amigas que adoram ler tanto quanto eu, que partilham verdadeiramente desta paixão literária. A Inês é uma alma feliz, boa e doce, é de sentimentos, de sentidos, de toque, de coração, toda ela é amor por tudo, por todos e pelo mundo. E foi mais ou menos, pelas tantas coisas que temos em comum, que nos conhecemos, no nosso querido e eterno vau. Tivemos uma educação idêntica, valores idênticos, amores de mãe idênticos, e partilhamos ainda esta grande paixão por livros. Agora estamos ambas noivas, coincidentemente, e ambas iremos casar no próximo ano. Mas continuaremos sempre umas meninas da mamã, daquele mimo feliz, único é inexplicável. 

Conseguisse eu explicar-vos a intensidade deste amor, de mãe e filha. E o bem que nos faz à alma. 

Voltamos à leitura? Isso!




O primeiro livro é longoooo (foi a Inês que mo ofereceu no meu aniversário deste ano!) tem 700 páginas, é um romance russo, sobre o poder da fé, do amor e da dor. Não é fácil de ler. Mas quando se chega a meio do primeiro livro é uma volta sem fim... demorei a ler o primeiro, pois andava muito cansada, com muito trabalho e lia muito pouco, semana a semana. Nas férias peguei nele a sério. Na viagem de regresso li as últimas 400 páginas... 

Este é, acredito, o favorito dos três volumes desta magnífica Saga para a maioria do público. É aqui que o inquebrável laço de amor e devoção entre Tatiana e Alexander se forma. 

É aqui que nós aprendemos a chamá-los carinhosamente de Tatia e Shura. Também é neste volume que aprendemos a valorizar as nossas vidas, por maiores que forem as dificuldades que nela encontramos, pois acompanhamos de perto o sofrimento de uma família inteira que é apenas um retrato do que muitas outras famílias passaram durante a implacável Segunda Grande Guerra. Aprendemos a admirar a bravura, dignidade e o infinito amor de Tatiana e Alexander através das privações e tragédias as quais eles são obrigados a enfrentar, mantendo o seu amor sempre em segredo.



O segundo livro.

Quando ainda nem secámos bem as lágrimas a terminar de ler o primeiro livro (é impossível terminar e não ir a correr comprar o segundo!! Tive de esperar todo um fim‑de‑semana e foi horrível) e já caem lágrimas de novo ao testemunhar a luta de Tatiana numa terra desconhecida, sem o seu grande amor, atormentada pelas lembranças do passado e pela saudade, tentando seguir em frente com a vida, por amor ao outro homem da sua vida: Anthony, o bebé  fruto do seu amor com Alexander.

É tocante acompanhar o rápido amadurecimento de Tatiana, que, com a sua teimosia e determinação, toma uma das decisões mais arriscadas, porém mais acertadas da sua vida: acreditar na força do amor que ela guarda dentro de si.

Em alguns momentos, não conseguimos respirar, de tanta aflição. Não queremos interromper a leitura para não quebrar a atmosfera mágica e aterrorizante na qual nos envolvemos ao acompanhar a jornada de Tatiana pelos campos de batalha na Europa na esperança de encontrar o nosso amado Shura.

É uma experiência exaustiva, enervante, da qual não conseguimos livrar-nos. Nós também não desistimos dele, e vamos até o final, apenas para termos a certeza de que aquele homem não deixou de existir e que ainda existirá um final feliz!


O terceiro livro.

Tem apenas 193 páginas e é o mais desejado de todo o sempre. Depois de 500 páginas no segundo livro a sofrer... temos de acreditar que existirá um final feliz. 

A parte feliz é muito pequena na minha opinião. Queria muito mais desta história, deste amor. Depois de tanto sofrimento.

Esta trilogia mostra-nos como foi a dura 2.ª Guerra Mundial, ao extremo a que as pessoas foram levadas. As vidas que foram colhidas. Todo o sofrimento. Todas as necessidades básicas de uma família. Toda uma realidade tão longe da nossa, e da atualidade. 

Mostra-nos também a grande diferença, a todos os níveis, entre a Rússia e a América. Tudo o que um ser humano é capaz de suportar. Sobretudo mostra-nos, nesta nossa leveza atual em que queremos tudo para ontem, tudo para já (até o amor!), que quem ama, quem acredita, e sobretudo, quem tem fé: consegue. 

Façam um favor a vocês mesmos, e leiam. ❤️