A trilogia que mais me marcou na vida

Pequenos Chiclets, parece que já não vos escrevo há uma eternidade (e é bem verdade). 

Não é novidade para nenhum de vós - ou pelo menos para quem já me segue desde início (longínquos e felizes primórdios de 2014) - que a leitura (desenfreada) é uma das minhas paixões. 

Há poucas coisas que mais ame fazer verdadeiramente, do que ler um livro. E claro, na minha vida profissional e mesmo ao longo de todo o percurso académico tive de ler, ler, e ler muito. Incontáveis páginas e incontáveis livros. E assim será frequentemente a minha vida, pois a isso estou obrigada (mas quem corre por gosto não cansa!). Mas as leituras, aquelas que nos levam para longe, que nos tiram dos nossos pensamentos, que nos fazem sonhar - e viver, verdadeiramente, através dos personagens - e de tudo o que aprendemos com os livros, os lugares que passamos a conhecer (e desejamos visitar), as culturas que aprendemos, bem, tantas e tantas coisas - tudo isso, tem de estar presente no meu dia-a-dia. E acreditem, ler, por prazer, tem tantos, e tantos, benefícios. 

Não conseguiria imaginar uma vida sem livros. E aliás, ambos os meus quartos e escritórios (Lisboa e Santarém) são prova viva disso: livros e mais livros, por todo o lado. Estantes até mais não. 

Já lhes perdi a conta, sinceramente. Mas de quando em vez, normalmente no verão. Com calma, gosto de os limpar, organizar, e arrumar novamente. 

Só da minha autora preferida já vai em mais de uma centena de livros, bem mais. Leio, por gosto, assiduamente, desde os meus 12 anos. 

E acreditem, é o dinheiro mais bem gasto da vida (a par das viagens). E o meu mais precioso, pois não venderia nenhum deles. 

Mas adiante! Hoje vinha falar-vos da trilogia que me mais me marcou até hoje, a melhor trilogia que li na vida. 

Houve outra, e muito ponderei ao fazer este post, mas essa ao invés desta, foi sem dúvida a melhor experiência literária da minha vida, e ficará para outra altura, e sem dúvida, outro post. Hoje venho falar-vos da Trilogia Cavalo de Fogo, de Florencia Bonelli, que acredito seriamente: ninguém pode viver, sem ler estes livros pelo menos uma vez na vida.



Sabem quando parece que algo, que não sabem explicar o quê, vos chama? 

Um dia, estava a sair do tribunal, e tinha de passar pelo shopping. Ao passar pela Bertrand vejo um livro em destaque: o novo de Florencia Bonelli “o que dizem os teus olhos” (e não, não é do Daniel Oliveira. Mas podia ser!) :) 

Alguma força inexplicável me fez entrar, e olhar fixamente para o cartaz atrás do monte de livros em destaque: a trilogia desta mesma autora, uma antiga trilogia, mas um sucesso de vendas. Algo naquelas capas, e naquelas vagas descrições chamou por mim. Pelo que entro e me dizem que não havia, só tinham o novo (estupidez, certo? Senão têm porquê publicitar). Chego a Santarém, bertrand de novo, nada uma vez mais. Fico sempre extremamente ansiosa quando estou órfã de livro, ainda mais quando quero concretamente um (sendo que, quando é o primeiro de uma trilogia que ainda nem sequer conheço isso não costuma acontecer). 

Como sempre, liguei para mil livrarias, e lá acabei por reservar logo o primeiro e o segundo na Fnac (não fosse o diabo tecê-las). 

E bem... não estava de todo preparada para esta experiência literária do mais maravilhosa que há. As personagens mexem connosco de uma maneira inexplicável. Ele, sem dúvida que o personagem masculino mais completo de todas as histórias que li até hoje. Ela, invulgarmente, não parecida com qualquer personagem feminina que tenha lido até hoje. E a história em si, algo de verdadeiramente forte que se enraíza em nós. 

Dai que me senti quase na obrigação de o partilhar convosco, mesmo sabendo que, infelizmente, muitos de vós não gostam de ler. 

Partilho com convosco breves sínteses dos três livros (e adorava, sinceramente que partilhassem comigo a vossa opinião sobre esta trilogia!):



Matilde Martínez, uma jovem pediatra argentina, viaja até Paris para aprender o idioma antes de partir para o Congo, ao serviço de uma ONG, para ajudar os mais carenciados. Apesar das suas inseguranças, traumas e dramas, a determinação de Matilde é tão forte que nada nem ninguém conseguirá demovê-la de cumprir o seu sonho. Eliah Al-Saud é um homem poderoso e sem piedade, descendente da família real saudita.
Dono de uma empresa de segurança privada, o negócio serve de fachada a um outro tipo de serviços: de espionagem, segurança e formação de mercenários. 
Desde o seu primeiro encontro que o destino os unirá numa paixão tão intensa e irrefreável que nada poderão fazer para evitar a conspiração crescente que ameaça não apenas o seu amor, mas também as suas vidas. No cenário ameaçador e bélico do conflito israelo-palestiniano, Matilde e Eliah viverão uma aventura que os levará a percorrer o mundo e a enfrentar os perigos que cercam todos aqueles que ousam desafiar os impérios dominantes.

Esta autora tem a capacidade de criar livros com profundidade, enquadramento histórico, romance, intriga e, muitas vezes, mesmo crime.

Confuso? Parece-lhe impossível conseguir criar personagens bem desenvolvidas, enredos consistentes que o deixam na dúvida entre o que é ficção e o que é a realidade que serviu de base à autora? E se acrescentarmos ainda um romance bem elaborado e envolvente? É verdade, assim são os livros de Florencia Bonelli.

Este é o primeiro de três livros que constituem a trilogia do “Cavalo de Fogo”. Nele conhecemos as personagens centrais, Matilde e Eliah, bem como a importante Juana, a melhor amiga de Matilde.

A ação começa na Argentina, terra de Matilde e da mãe de Eliah, mas depressa passa para Paris, onde esta e a sua amiga, ambas médicas, vão fazer um curso intensivo de francês, para partirem para o Congo numa missão humanitária pelas “Mãos que Curam”.

Parece-lhe calmo? Agora, junte-lhe a profissão de Eliah, mercenário ao serviço de uma empresa de “segurança internacional”; a atividade do pai de Matilde, contrabando e venda ilícita de armas ao Médio-Oriente e África; um ex-marido que se dedica, de momento, à conceção e montagem de um engenho revolucionário na indústria nuclear; e o pai de Eliah, príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Chega?



Cavalo de Fogo – Congo, leva o leitor numa alucinante viagem até as terras temidas do Congo. É para lá que Matilde vai, depois da briga e sucessivo rompimento com Eliah. De coração partido parte para cumprir um dos seus sonhos: aliviar o sofrimento das crianças vítimas da violência e da fome. Eliah louco de saudade, não resisti e parte para reconquistar Matilde. Aliado a isso, tenta apoderar-se de uma mina de coltan, um minério que é muito cobiçado no mundo inteiro. 
Florencia Bonelli veio mostrar mais uma vez que é uma exímia contadora de histórias. Ela não conta apenas uma história de amor, mas sim conta uma história de amor aliada a disputas políticas e de cariz social e humanitário. Confesso que do Congo eu nada sabia e com a leitura deste livro fiquei a conhecer uma realidade para a qual, confesso, não estava preparada. Ao longo do livro a autora vai dando vislumbres através do trabalho de Matilde da realidade política, social e cultural daquele país. Aprendi que o Congo era uma antiga colónia da Bélgica e que os conflitos e as guerras civis são frequentes. São estas guerras civis que matam milhares de inocentes todos os dias no Congo assim como deixam outros tantos doentes e incapazes para o resto das suas vidas. 
Um assunto que a autora abordou e que me deixou completamente desconcertada foi as violações que as mulheres e as crianças sofrem constantemente naquele país. A autora foi até cruel na sua abordagem ao explicitar todos os pormenores. Fiquei bastante chocada e até enojada em algumas partes. 
Relativamente ao romance propriamente dito, entre Eliah e Matilde, é explosivo como sempre! Adorei todos os minutos do livros que passei com eles, Matilde não é deste mundo e Eliah é um homem completamente apaixonado, que faz tudo pela mulher que ama. 
Florencia Bonelli é uma autora maravilhosa que vale a pena ler. É um livro que contem tudo, desde romance, acção, conhecimento e até diversão! Adoro Eliah e Matilde…adorava vê-los no grande ecrã! Um livro sensacional!

A cirurgiã pediátrica Matilde Martínez abandona Paris rumo ao Congo levada por um sonho: aliviar o sofrimento das crianças vítimas da violência e da fome que imperam naquele país africano. No entanto, deixou para trás uma difícil história de amor que não consegue esquecer.
Por outro lado, o mercenário Eliah Al-Saud chega ao Congo movido por uma ambição: apoderar-se de uma mina de coltan, o minério mais cobiçado pelos fabricantes de telemóveis, que lhe renderá enormes lucros. Mas, acima de tudo, para recuperar Matilde, que considera a razão da sua vida.
Os traumas e segredos que os distanciaram em Paris continuam latentes e, rodeados por um contexto cruel e injusto, a reconciliação parece impossível. Mas Matilde e Eliah tentarão fazer tudo para que o seu amor triunfe.



Este encontrei-o maravilhosamente com 50% de desconto no continente (ficou a cerca de 9€!!) e estava esgotado em todo o lado. Vocês entendem a felicidade que senti, certo? 
Este terceiro volume, como seria de esperar, vem apertar os nós que haviam sido deixados soltos nos dois primeiros volumes. Algumas coisas foram sendo reveladas ao longo do livro e não tudo de uma vez como é por norma ser feito. É aos poucos que a autora vai soltando informação, tornando assim este um livro extremamente denso de informação e de personagens complexas e distintas. Todas as personagens têm importância em algum momento do livro, mesmo que seja, em breves segundos. 
Ao contrário, ela criou Eliah, o personagem perfeito. Eliah Al Saud é o personagem masculino, perfeito de todas as formas. Rico, bonito, inteligente, forte, sensual, romântico…dominante e extremamente leal. Conquistou-me desde o primeiro volume e neste terceiro o meu coração apertou-se de dor ao ver o quanto ele sofria por Matilde…Matilde era a sua razão de viver. O seu mundo, a sua vida.
É verdade que o livro é polvilhado de páginas cheias de descrição dos cenários de guerra e de todas as artimanhas em que Eliah estava envolvido. Mas o ponto fulcral de todo o livro continua a ser, sem sombra de dúvida a relação amorosa entre Eliah e Matilde. Foi bonito ver a história chegar ao seu apogeu assim como as restantes personagens que a compõem. Não posso deixar de mencionar que fiquei extremamente surpreendia com o rumo que a autora deu a Nigel Taylo, não o esperava, assim como a de La Diana, rumo este que me deixou triste e que me fez chorar por não ser o que eu esperava. 
Esta trilogia figura no topo das minhas melhores e mais lindas leituras. Eliah continuará a ser certamente, um dos melhores personagens que eu já tive e que terei a oportunidade de conhecer. 
Matilde e Eliah voltam a separar-se. No Congo, as esperanças de uma vida em conjunto desvaneceram-se ao ritmo dos ciúmes e das circunstâncias hostis.
Matilde, cirurgiã pediátrica, refugia-se na sua paixão: o trabalho humanitário que leva a cabo para a organização Mãos Que Curam. O seu novo destino é a Faixa de Gaza, o território mais densamente povoado do mundo, onde a prioridade diária é a sobrevivência. Eliah, por seu lado, obriga-se a esquecer Matilde e a pôr fim à obsessão que o prende a ela. Estará esta enorme paixão condenada a perecer nas ruínas de um mundo, também ele, em risco? Ou serão o amor, uma força mais poderosa do que todo o mal que os rodeia, e a vontade de ficarem juntos, contra tudo e contra todos, suficientes para unir Eliah e Matilde para sempre?