“Todos os dias, Rachel apanha o comboio... No caminho para o trabalho, ela observa sempre as mesmas casas durante a sua viagem. Numa das casas ela observa sempre o mesmo casal, ao qual ela atribui nomes e vidas imaginárias. Aos olhos de Rachel, o casal tem uma vida perfeita, quase igual à que ela perdeu recentemente.
Até que um dia...
Rachel assiste a algo errado com o casal... É uma imagem rápida, mas suficiente para a deixar perturbada.
Não querendo guardar segredo do que viu, Rachel fala com a polícia. A partir daqui, ela torna-se parte integrante de uma sucessão vertiginosa de acontecimentos, afetando as vidas de todos os envolvidos.”
Neste livro as pistas estão lá, dadas, para quem as quiser seguir. O culpado revelou-se-me na página cento e trinta, como certamente se terá passado com outros leitores. Para mim foi bastante nítido, não houve grande surpresa. Obviamente não estava à espera, mas deu para perceber bem, a meu ver.
Este é um livro que vai ao âmago das relações humanas, e coloca em cima da mesa temas como a confiança, e o seu abuso na manipulação das fraquezas dos outros. Custa-me a manipulação e desprezo que a Rachel passa ao longo de todo o livro, por parte de toda a gente.
Neste thriller psicológico, o ponto mais forte é exactamente essa caracterização, ser feita por três narradoras que dão voz à história. Rachel, Megan e Anna. Confesso que ao inicio isso me deixou um pouco confusa.
Em "A Rapariga no Comboio", a ideia com que se fica é a de que ninguém é o que parece. A própria Rachel deixará, por vezes, o leitor tão confuso e à beira de um ataque de nervos: é aquela personagem de quem se demora a gostar, mas que inevitavelmente se aprenderá a gostar, sendo que a compaixão está sempre presente.
Li este livro por três motivos: primeiro, porque estava curiosa e toda a gente me dizia que o livro era "espectacular", "viciante", e tudo o mais - nitidamente o livro do momento; segundo, porque como vai estrear no cinema o filme baseado no livro, o qual pretendo ver, não gosto de ir ver um filme sobre o qual não li o livro, e posteriormente emitir uma opinião que inevitavelmente nunca será a mais correcta e concisa uma vez que me faltaria a base principal: o livro; o terceiro e último motivo, era sair da minha zona de conforto, e este livro pareceu-me o ideal para começar a ler coisas menos seguras. Com menos romance. Mas igualmente viciante.
Não sabia bem o que esperar deste thriller mas sabia que ia encontrar personagens bem peculiares. As primeiras 50 páginas do livro aborreceram-me e tive que fazer um grande esforço para não desistir, pois queria mesmo saber o porquê de tanto alarido à volta do mesmo, é independentemente de acabar por gostar ou não, ia lê-lo até ao fim - porque a protagonista - Rachel - estava a dar-me cabo dos nervos. Fiquei surpreendida ao perceber que havia três linhas narrativas das três personagens femininas - e gostei desta opção da autora.
Em suma:
Não adorei, de início. As primeiras 50 páginas pelo menos são confusas e entediantes e fazem-nos exasperar um bocadinho. No entanto, de um momento para o outro fazes parte daquela história, e queres tanto saber o que de facto aconteceu quanto a protagonista, Rachel. Até que fica viciante ao ponto em que: se demorei 1 dia a ler as primeiras 50 páginas, depois demorei, apenas, uma noite a ler o resto do livro (mais cerca de 265 páginas). É viciante, e sim, de facto, é muito bom. E sem duvida que envolvente.
Daí que vos aconselho a leitura do mesmo, e percebo por fim, o facto de ser, talvez, o livro mais falado do ano. A história, as emoções, a manipulação psicológica, o crime: está tudo lá. E em bom.
Tenham apenas paciência nas primeiras 50 páginas, acreditem: vai melhorar!
xoxo